“À Primeira Vista” de Nicholas Sparks

Nº de páginas: 251

Preço (Bertrand): 17,67€

Editora: Presença

Ano de lançamento: 2006

“Até que ponto nos conhecemos a nós próprios e àqueles que amamos? Jeremy Marsh nunca teria imaginado que alguma vez viesse a deixar Nova Iorque, a sua família e os seus amigos para mudar-se para Boone Creek, uma pequena vila do Sul dos Estados Unidos com a qual o leitor estará familiarizado se percorreu avidamente as páginas do último romance de Nicholas Sparks, «Quem Ama Acredita». Mas se Jeremy aprendeu algo durante o curto espaço de tempo passado nessa localidade do estado da Carolina do Norte é que há coisas para as quais não é possível encontrar uma explicação lógica e racional. Como estar a alguns meses de se tornar pai, quando a própria ciência inviabilizava esta opção. Ou como estar a ainda menos meses de casar com Lexie, apesar de a ter conhecido há tão pouco tempo. Para estas duas pessoas que ainda lutam para se adaptarem uma à outra, tamanhas mudanças vão constituir uma fonte de crescentes tensões, às quais se vai juntar o bloqueio de escrita que Jeremy começa a sofrer e que o impedirá de trabalhar, capazes de pôr à prova os sentimentos que ambos nutrem pelo outro. Quando simultaneamente Jeremy recebe uns misteriosos e-mails que sugerem que ele não conhece Lexie tão bem como deveria e que ela lhe anda a ocultar aspectos da sua vida, sente-se vacilar como um barco à deriva. Será ela aquilo que parece à primeira vista? Mas o verdadeiro desafio à fé no amor de ambos ainda está para vir… Um livro de grande impacto emocional sobre confiança, novos começos e um amor infinito que constantemente redefine o nosso modo de encarar a vida e de ultrapassar os obstáculos que esta nos reserva”

O meu comentário:

Depois de Sparks nos ter impressionado em «Quem Ama Acredita», não existindo a grande quantidade de drama a que nos tem habituado, este traz-nos novamente Lexie e Jeremy, momentos depois de se terem comprometido a casarem-se e a darem todo o seu amor à menina que está para vir. Assim, neste segundo volume é que seremos banhados em tudo o que faltou no anterior, não faltando momento de extrema alegria, de romance, de tristeza, de desconfiança…
Como muito bem se recordam, o casal protagonista viu acontecer no seu seio um grande milagre – Jeremy foi capaz de gerar um filho com a bibliotecária, mesmo depois de lhe terem informado de que era estéril. Contudo, o aparecimento dessa nova vida vai levá-los por diversos caminhos que irão testar o afeto e a paixão que sentem um pelo outro.
Primeiro, depois de o jornalista se ter mudado da famosa “Big Apple” para a terriola que fica no fim do mundo, tem de ir viver, novamente, para junto de Jed já que a sua noiva ainda possui certos pensamentos antiquados, tendo receio do que a população irá pensar se estes começarem a viver juntos antes de darem o nó. Em segundo lugar, Jeremy começará a ser assaltado por diversas dúvidas quanto à sua companheira, não tendo a certeza que a conhece assim tão bem. Ainda por cima, essas dúvidas começam a ser alimentadas por um conjunto de e-mails que o levam a questionar a sua confiança e pela relação muito próxima entre Lexie e Rodney. Por fim, depois de finalmente darem o nó e as coisas estarem a correr às mil maravilhas, a desgraça assola-se na sua família ao descobrirem que algo de muito mau pode acontecer à sua bebé, podendo esta contrair um síndrome raro que leva a mal formações graves ou até mesmo à morte da criança.
Assim o abatimento atinge-os, levando-os a temer pela vida do grande milagre que os juntou e que pode não voltar a repetir-se. Desse modo, o autor é confrontado com a possibilidade de perda de um filho, depois de já terem sido criadas grandes expectativas e de já se ter planeado um futuro muito colorido.
Todavia, as surpresas preparadas pelo autor não ficam por aqui, acabando o leitor por assistir a uma grande injustiça que irá mudar a vida das personagens e que nos fará sofrer com a desgraça que se abaterá sobre uma família que tinha tudo para dar certo.
Uma obra que apreciei bastante, sendo a leitura muito fácil e corrida, levando-me ao seio de uma família feliz que acaba por sentir uma grande tristeza. De facto, esta obra faz-nos pensar que num momento tudo pode estar bem e, de repente, tudo muda e grandes desgraças podem ferir-nos profundamente.