Nº de páginas: 473
Preço (Bertrand): 16,90€
Editora: Caminho
“Era uma vez um rei que fez promessa de levantar convento em Mafra.
Era uma vez a gente que construiu esse convento.
Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes.
Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido”
O meu comentário:
Uma obra que atualmente faz parte do programa de Português de 12º ano, tendo-me sido imposta pela professora. Assim, não tive outro remédio que não fosse adquirir esta obra merecedora de prémio Nobel da Literatura em 1998…
Ao início e ao começar a lecioná-la nas ditas aulas, a história parecia deveras interessante e bem conseguida, distinguindo-se, essencialmente, pelo uso de uma pontuação característica que a torna muito distinta de tudo o que tinha lido até à altura. Porém, à perdida que fui avançando, o romance entre as personagens fictícias – Baltasar (o soldado maneta) e Blimunda (a mulher que tinha poderes) – e os momentos protagonizados pelas personagens da família real - D. João V (o rei que fez a promessa de levantar o convento) e D. Maria Ana – foi decrescendo, sendo o leitor presenteado, ou não, não só com a maçadora descrição de acontecimentos e milagres religiosos, como também com a elaborada e depressiva descrição da construção do convento e do povo português que contribuiu para tal facto.
Contudo, apesar de não ter ficado muito entusiasmada com a obra, parto da opinião que fui iluminada com algumas personagens – Baltasar, Blimunda e o Padre Bartolomeu Lourenço Gusmão – e alguns pormenores da nossa história que desconhecia, como, por exemplo, a verdadeira razão que levou à construção do Convento de Mafra.
As passagens em que nos é apresentada a passarola e o sonho do Homem de voar também foram interessantes e construtivas, tendo ficado totalmente espantada com o estranho mecanismo que Saramago foi arranjar (âmbar, vontades…).
Se forem do 12º ano ou se localizem abaixo desse ano já sabem que não se escapam a esta obra tão apreciada pelo povo lusitano. Quanto aos outros cidadãos, deixo aqui a nota de que se quiserem aprender algo sobre este casal real e a construção de um dos monumentos mais representativos do estilo barroco no nosso país, esta é uma interessante maneira de o fazer e, quando chegar à última página, de certa forma todo o tempo investido valeu a pena.
Não podemos só valorizar os autores estrangeiros… Também devemos ler alguns portugueses de vez em quando.
Boas leituras!
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