Nº de páginas: 454
Preço (Bertrand): 17,90€
Editora: Civilização Editora
Ano de lançamento: 2008
“Pela segunda vez no seu casamento, Mariah White apanha o marido com outra mulher, e Faith, a filha de ambos, assiste a cada doloroso momento. Após o inevitável divórcio, Mariah luta contra a depressão e Faith começa a conversar com um amigo imaginário.
A princípio, Mariah desvaloriza o comportamento da filha, atribuindo-o à imaginação infantil. Mas quando Faith começa a recitar passagens da Bíblia, a apresentar estigmas e a fazer milagres, Mariah interroga-se se a filha não estará a falar com Deus. Quase sem se aperceberem, mãe e filha vêem-se no centro de polémicas, perseguidas por crentes e não-crentes e apanhada num circo mediático que ameaça a pouca estabilidade que lhes resta”
O meu comentário:
Depois da grande desilusão com «Em Troca de Um Coração», reencontrei nesta obra a essência de Picoult que tanto me encantou em «O Décimo Círculo».
Muitos de nós já passaram ou tomaram conhecimento de uma situação em que um casal teve de anular o seu matrimónio dando lugar a um divórcio. Essa situação não é mesmo nada fácil, pois não? Então imagine o que Mariah passou ao descobrir que marido a traiu pela segunda vez. Tendo ficado totalmente devastada da primeira vez, acabando por ser internada num hospital psiquiátrico, esta não pode ir pelo mesmo caminho, encontrando na sua filha, Faith, todas as forças para enfrentar a desgraça que se abateu sobre a família.
Todavia, a criança também ficou afectada pela separação dos pais, tornando-se numa rapariga solitária a muda, só recuperando desse estado letárgico quando uma espécie de desgraça se abate sobre a família – esta passa a ver uma mulher que é como a sua guardiã, um espécie de anjo da guarda, que não é nada mais, nada menos, do que Deus.
Assim, graças a essas visões e ao facto de começar a fazer milagres (ressuscita a avó, cura um bebé com SIDA) os meios de comunicação e a comunidade religiosa começam a tirar toda a liberdade e inocência de uma rapariga que de um momento para o outro se torna num dos casos mais polémicos do século XIX, sendo até comparada com os nossos conhecidos pastorinhos de Fátima (Lúcia, Francisco e Jacinta).
Quem também não ajuda nada para o descanso de Mariah e o recomeço da sua família é Ian Fletcher, um famoso apresentador televisivo que não segue qualquer religião, sendo o seu maior desejo desmascarar a Faith e a sua mãe, alegando que tudo não passa de um estratagema para chamarem à atenção.
Uma obra também ligada à religião, mas que a aborda de um modo menos pesado e enfadonho do que em «Em Troca de Um Coração», ficando o leitor cativado não só pelas visões de uma criança de sete anos, como também pela força e coragem de um mulher que num momento em que seria normal ter ido abaixo novamente, consegue colar todos os seus cacos e reerguer-se para apoiar a sua filha, mostrando de que uma verdadeira mãe é feita. E, estando presente uma personagem denominada Faith, é fácil perceber que a esperança também não faltará nas páginas desta obra, acompanhando o leitor a redescoberta de um amor explosivo entre dois seres que em tudo pareciam opostos e o aprofundar de um amor filial que aquece os corações mais sensíveis.
“Picoult apresenta uma visão de um dos grandes mistérios do coração. A sua melhor obra até hoje”
Kirkus Reviews
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