Nº de páginas: 211
Preço (Bertrand): 13,30€
Editora: Presença
Ano de lançamento: 2010
“Naquela manhã de Fevereiro, quando Mia, uma adolescente de dezassete anos, acorda, as suas preocupações giram à volta de decisões normais para uma rapariga da sua idade: permanecer junto da família, do namorado e dos amigos ou deixar tudo e ir para Nova Iorque para se dedicar à sua verdadeira paixão, a música. É então que ela e a família resolvem ir dar um passeio de carro depois do pequeno-almoço e, numa questão de segundos, um grave acidente rouba-lhe todas as escolhas. À medida que os paramédicos a transportam dos destroços quase irreconhecíveis do automóvel para o hospital e a tentam reanimar, Mia nada mais pode fazer que observar toda a cena, de fora do seu corpo. Nas vinte e quatro horas que se seguem e que talvez sejam as suas últimas, a jovem relembra a sua vida, pesa o que é verdadeiramente importante e, confrontada com o que faz com que valha mesmo a pena viver, tem de tomar a decisão mais difícil de todas”
O meu comentário:
Uma obra que trata de alguns temas muito sérios, que muita gente pensa que só acontece aos outros…
Certamente, Mia e a sua família nunca pensou que numa fresca manhã de Fevereiro, depois de tomarem o pequeno-almoço, a caminho de casa duns velhos amigos, iriam embater contra outro automóvel, acabando por ocorrer um terrível acidente que acabou com a vida dos progenitores e do irmão da jovem, deixando-a num coma profundo.
Muitas vezes nós vemos esses momentos críticos na televisão e nos filmes e encaramo-nos como se nunca fossemos sentir algo do género na pele, mas desastres deste género podem ocorrer a qualquer pessoa em qualquer altura e, muitas vezes, podem, não só deixar sequelas físicas, como também psicológicas, e eu sei do que falo.
Agora voltando ao enredo… Depois do massivo acidente, o leitor acompanha a história através do ponto de vista de Mia, que, como fantasma, nos relata tudo o que ocorre à sua volta nos corredores do hospital, apresentando-nos, também, certos momentos importantes da sua vida, que a deixam indecisa se deve ficar na terra e continuar com a sua vida ou se deve partir para o outro lado reencontrando-se com os seus familiares perdidos.
Porém, o que ela precisa mesmo neste momento é da visita de Adam, o seu namorado, por quem tem uma enorme paixão, sendo eles um casal diferente de todos os outros adolescente, já que este certamente a irá ajudar a decidir…
Será o seu amor pelos seus avós, Adam e a sua amiga Kim mais forte do que o desejo de ficar com os seus pais e o irmãozito?
Será capaz de desistir de todo o trabalho que teve durante os últimos dez anos que lhe criou a possibilidade de ir para Julliard em Nova Iorque, dedicando-se ao seu violoncelo profissionalmente?
O coma é como um mistério, ainda não estando comprovado se o humano que se encontra nesse estádio tem algum contacto com o que se passa à sua volta, conseguindo ouvir o que as pessoas mais próximas lhe dizem. Desde muito cedo, que estado de inconsciência inspirou diversas obras literárias, estando, na maior parte das vezes, ligado ao romance. Todavia, nunca (pelo menos nos livros que li até hoje) nos foi dada a oportunidade de ver como uma jovem adolescente, ainda só com dezassete anos feitos, com muita vida ainda para viver, lida com esta temática e como lida com a efemeridade da vida, que, muitas vezes, nos prega partidas.
Uma história que gostei imenso e que me fez sentir a dor da protagonista, que num momento tinha tudo e em míseros segundo perdeu o que tinha mais valor.
É pena é a obra ser tão pequena, chegando o leitor à última página num abrir e fechar de olhos…
Agora é só esperar que a Editorial Presença se decida a editar o segundo volume onde veremos Mia já adulta na cidade de Nova Iorque a cumprir o seu sonho, enquanto que Adam, o amor da sua vida, se encontra distante, aproveitando os anos de auge da sua banda. Conseguirão ambos voltar a encontrar-se e a reviver o amor de outrora? Terão finalmente o seu final feliz? Depois do que se passou entre ambos era merecido!
“Um livro extremamente emocionante que nos obriga a reflectir sobre a nossa vida e sobre as pessoas e as coisas pelas quais vale a pena viver”
Publishers Weekly
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